Mulher Virtuosa : “Deus salve as madrastas"

voltaraotopotaina

“Deus salve as madrastas"

“DEUS SALVE AS MADRASTAS”







Tenho a maior bronca dessas histórias infantis, desses filmes da Disney que colocam a madrasta como a pior das criaturas, colocam essas mulheres e essa função no patamar da maldade. E essa ideia da maldade das madrastas fica profundamente arraigada no inconsciente nas crianças.
E a coisa começa pelo nome, que é duro e cruel: MÁ- DRAS – TA

Bom, tem madrasta que é mesmo ruim, ciumenta e manipuladora, tem gente que é assim, mas a maioria das madrastas que eu conheço, e me incluo nesse grupo, faz um esforço danado pra acertar, mas ainda assim é uma bruxa, não tem jeito. É mais orgânico colocar a culpa na madrasta! rs! E como diria o cientista: “É mais difícil quebrar um átomo que um preconceito…”
Já pararam pra pensar como é difícil ser madrasta? Como é difícil tentar fazer parte de uma família que já existia antes? Como é difícil amar e cuidar de um ser que muitas vezes te olha como intrusa? Como é difícil viver uma comparação eterna? Como é difícil ter que ouvir as histórias perfeitas de um tempo perfeito onde os pais eram casados? Sim, porque o passado soa mais feliz na fotografia. E agora essa madrasta está ali, no lugar que deveria ser da mãe e por mais que se dedique, por mais que tente, nunca será perfeita, rola uma exigência inalcançável.
Eu tive sim pais separados, compreendo bem os sentimentos dos filhos.
 Mas naquela época em que meus pais se separaram, eu achava meu pai um santo e aquele homem um bruto, um feio, um chato, que jamais chegaria aos pés do meu pai. Eu cresci, percebo toda essa bobagem, de pensamento, eu adoro meu Padrasto, é gente boa, por mais que não fui criada por minha mãe e meu padrasto, e hoje tenho convivência percebo o quão bom é ter um padrasto!
Sabe o que é mais fácil?
É mais fácil conviver com seus próprios filhos, ela dá bronca, chama atenção, fala verdades, proíbe, briga, faz o que dá na telha, é filho dela. Mas também abraça com força, enche de mimos, cuida de forma intensa e verdadeira, defende com voracidade, porque ele é seu filho, e ele retribui, sorri, abraça, e ama sem esforço.
Já com seus enteados a madrasta pisa em ovos o tempo todo, chegou muito depois, não é mãe, pode quase nada. É sincera, mas não pode falar tudo (e se fala tem consequências),abraça de vez em quando, pois não tem essa abertura sempre (mas não pode deixar de abraçar), sorri amarelo quando ouve um desagravo, e apesar de querer dar uma bronca federal, é magnânima. O medo de desagradar, de não ser amada, é evidente e constante, pois não é incondicional, a relação é totalmente condicionada e construída ao longo do tempo e das ações, e às vezes nem o tempo, nem as boas ações vão ser suficientes para uma entrega e para uma convivência plena. A madrasta vai estar sempre correndo atrás de um prejuízo que ela não causou, correndo atrás de um espaço, descobrindo o que ela pode ser e significar pro filho do seu marido, porque ele passa realmente a ser importante pra ela, por ele mesmo. A madrasta poderia tentar ignorar, ser fria, ser dura, egoísta, mas isso seria o fim do seu casamento, e isso não é amor. O amor compra o pacote completo.
Ela ouve de tudo: – Compreenda, eles são crianças e você é adulta. – Ponha-se no lugar deles… – Tenha paciência, isso é normal… – Se imponha, se coloque, você é quem manda! – Isso não tem nada a ver com você exatamente! Ah… nunca se é totalmente adulta pra emoções assim. Haja terapia na veia. Muitas vezes vira uma birra infantil e mútua, um cabo de guerra. Adultos sabem ser cruéis com as crianças, mas as crianças também sabem ser duras, sabem ferir, desarticulam a madrasta em pequenos gestos, pois apesar de ser a mais velha, a dona da casa, a mulher do marido, a tal, a madrasta sempre se sente meio deslocada e carente. Quando recebe um pequeno agradecimento, elogiozinho, um sorrisinho básico, um gesto tímido de afeto, é de uma indescritível emoção. Ela ganha a semana!
Pra essa mãe as avessas, é impossível conviver e não amar, é impossível ver esse enteado precisar de ajuda e não ajudar, é impossível não desejar o melhor pra aquela criaturinha zangada que cresce ao seu lado, mesmo de cara feia pra ela. É também impossível não se magoar com gestos duros, ou com a ausência de gestos. Amando em silêncio, a madrasta passa a esperar carinho, passa a esperar afeto e reconhecimento, pois apesar da situação muitas vezes dolorosa pra ambos, ela ama aquela criatura, e é provável que ela também ame a madrasta. E como é gostoso quando acontece o encontro… Eita amor suado! rs!
É difícil demais ser madrasta, é complicado cuidar e conviver com uma pessoa em formação e não ser a mãe. É difícil ser mãe de uns e não ser de outros dentro de casa, é difícil equilibrar atenções, gestos, é difícil ter mais liberdade com uns do que com outros, ter mais amor de uns do que de outros. Ela não é de ferro, faz uma ginástica emocional gigantesca. Realmente o ideal é ter só um casamento, morar mamãe e papai com seus filhinhos, que esse papo de “os meus os seus e os nossos” é coisa pra super-herói, mas ela ama aquele homem, é madrasta, ponto, já faz parte dela, vai fazer o quê?
Mas eu, Tainá, fico pensando: Poxa, Madrasta é mãe sim! Uma mãe substituta, uma mãe torta, mas é mãe. Claro, eles têm a mãe deles, ela já sabe disso, ou se alguma madrasta não sabe é bom não pretender esse lugar, mas ela só quer ser amada, querida e desejada, e retribuir a altura, claro, afinal, ela está ali em casa cuidando de todos, ao lado desse homem e dessa família, fazendo o que pode o que não pode pra ser feliz. E mesmo no futuro apesar de um dia ter preferência por seus próprios filhos por questões óbvias e hormonais da maternidade, ela está aberta ao diálogo, aberta ao amor, pronta pra ser uma mãe de coração.

 Madrasta não, Boadrasta.



Esse é o Nosso Amadinho, Kaio!




E você? É Madrasta ou Padrasto? Como se sente? Como tratam você? Conte sua Experiência para Nós!

Obs: Todo Comentário ofensivo, com Palavras inadequadas, sera excluída!

Beijinhoos!






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12 comentários:

  1. Eu não tenho madrasta e conheço algumas que realmente são umas mãezonas. Concordo contigo que é ruim essas histórias que colocam madrastas como mulheres horríveis que só pensam no próprio umbigo.

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  2. Eu não entendo o porque desse preconceito todo com as Madrastas, afinal ela é tão mãe como uma mãe adotiva, afinal a mãe adotiva ame os filhos que lhe vem aos braços da mesma forma como as mães que os gera ... Concordo contigo Tainá, nem todas são más, vamos combinar que tem muitas mães que são muito piores que as Madrastas ruins ...
    Ótimo post!

    Bjos
    Minda

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  3. eu não entendo esse preconceito por que essa a madrasta é mãe da mesma forma só que não de levar na barriga por 9 meses e sim mãe decoração.

    beijinhos

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  4. Bem menina,a polemica existe desde AC,acho que é porque as mães que ñ são boas mães fazem as coisas ruins com os filhos escondidos,mas sempre quando fazem estão com ou com o padastro no caso de ser mãe,ou com a madrasta.
    Porém existem casos e casos. Não sou madrasta mas acho que se fosse seria boazinha.Assim como vc.
    Continue fazendo a sua parte amiga.
    Bjss

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  5. Eu nunca tive madrasta, mas padrasto sim e...detestei! rsrsrs mas se eu fosse madrasta, com certeza seria muito bacana. Deve ser interessante conviver com os filhos do seu novo marido/namorado. Amei o post!
    bj

    Erika Magalhães
    http://www.blogtodavaidosa.com.br/

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  6. Olá, nunca tive uma madrasta, mas sei que algumas são muito responsáveis e amam seus enteados, tem que deixar esse preconceito de lado. Ótimo post!

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  7. É verdade muitas histórias contam as vezes o contrário da realidade
    mas muitos casos são verdades
    do mesmo jeito que tem madrasta tem a boadrasta
    adorei
    bjs

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  8. Obrigada meninas, espero que essa visão de madrasta seja mudada um dia! pois muitas não merecem esse preconceito todo!
    bjiinhooss

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  9. Tainá, você tem razão de tanto ouvirmos madrastas em filmes criamos esse pré-conceito que todas são assim.
    Mas ainda bem que não é verdade, tem muitas que são até mais mães que as mães de verdade.

    Ruiva Amarga

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  10. Concordo com você menina, tem umas que fazem jus a esse nome, mas em compensação tem muitas que dão de 10 a 0 em certas mães. sempre pensei isso sobre os desenhos, as crianças já ficam meio bitoladas em achar que toda pessoa que é madrasta ser ruim. enfim, amei o seu post. beijao

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  11. Eu amei o post EU JA FUI MAEDRASTA E BOADASTRA.
    cuidei muito bem das crianas, parabens pelo post viu amei bjs

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